15 julho – sábado


– dormi 3h30 na rede. Gustavo e José se levantam. Tomo café da manhã e sigo para aeroporto.
– Em Brasília o turismo não traz nada de novo para além de um mapa pior que do Lonely Planet.
– Onibus para o centro, procurar e não encontrar net, almoçar ao quilo. Internet, só Beatriz me respondeu.
– Descer à catedral e palácio de congressos/parlamento
– Trocar palavras com uma paulista também visitando Brasília enquanto tinha visita guiada ao palácio de congressos/parlamento brasileiro. Obra impressionante de Niemeyer.
– Voltar ao centro. Shopping, Internet. Sem novas respostas telefono à Beatriz, vou ter com ela depois de revelar mais um rolo.
– Van em volta à cidade mais organizada que já vi.
Tudo em blocos, tudo em ordem, com alguma imagem típica de um país em desenvolvimento, lixo, obras não terminadas, ruas estragadas.
Noto pobreza mas sinto-me mais seguro numa cidade de ruas amplas como esta.
Brasília tem forma de um avião, dividida em quarteirões, com lógica, embora distante uma coisa da outra. Tudo desenhado e sonhado por Niemeyer uma noite. Com paisagismo de Burle Marx, planeamento urbano de Lúcio Costa e ideia do presidente JK.
Encontro Beatriz com sobrinha. O seu irmão tinha tido uma filha com anterior namorada e passa os fins-de-semana com eles. Falámos, ela é jornalista de arquivo na TV no parlamento. Os pais muito simpáticos chegam a casa, falámos, digo meu plano de alugar um carro, aceito a ideia de fazer naquele momento. Voltamos ao aeroporto e pego um carro Fiat, básico dos básicos, sem conta rotações nem termómetro da água de refrigeração e onde os retrovisores se ajustam ?com a força do corpo? diz o manual.
A Beatriz leva-me ao teatro, um remake dos desenhos animados de super-heróis que devo ter visto só 1 ou 2 vezes quando a TV já não me dava tesão (apetece-me mudar o estilo da escrita). Um grupo amador que representou uma comédia como há muito tempo não me fazia rir tanto. Misturas do homem invisível, do homem gato (que era um ?gato?, como dizem as brasileiras e todos os outros heróis se sentiam atraídos por ele), o super(tesão), alto, e o homem mente. Objectivo: recuperar o diamante roubado pelo super magnífico (com M de McDonald) que precisava do dito para a sua máquina de destruição total (só para embelezar, concluiu). Misturas com elementos actuais como o orkut (mania e vício brasileiro, uma rede virtual de amigos), com as ruas de Brasília, com o técnico de som, com o público, religião, homossexualidade. E era um grupo amador. Adorei, adorei, adorei.
Seguimos para uma esplanada com sopa à descrição, um caldo verde para mim. A base numa panela (batata e chouriço) e a couve cortadinha à parte, tal como queijo e pão. Conversa e cerveja e era meia-noite quando nos deitámos. Ela ficando no quarto com os pais e eu na cama dela.
A Beatriz conhecia-a pelo HospitalityClub. Tinha 3 contactos em Brasília mas só ela me respondeu aos últimos e-mails.