17 julho – segunda-feira


Saída às 7.30 por razões laborais da minha hospedagem. Novo passeio por Brasília, segundo pequeno-almoço na central de onibus, fritos e caldo de cana-de-açúcar. Ida para aeroporto e voo da BRA atrasado hora e meia, preços das passagens para Salvador exorbitantes? Sem saber que fazer.
Quatro horas de atraso, planos quebrados. Em S. Luís vou ao centro pego na net o e-mail com telefone do Leandro. Compro cartão telefónico e falo com ele. Ele tentará encontrar alguém para me buscar. Como não obtive resposta, volto a ligar e decidimos eu ir ter à sua empresa de táxi. Deixo o cartão no telefone e 10 segundos depois volto e já não está. Viva S. Luís. Chego de táxi à empresa e vamos para o gabinete do director. ?Sou íntimo dele, posso usar seu gabinete?. E começa a falar, contar seus desamores, seus dois casamentos falhados, sua vontade de tudo deixar e ir atrás da segunda mulher que o deixou. Está numa depressão, perdido na vida. E eu perdido na viagem. Não sou bom escuta, não sei dar o ouvido a este funcionário de empresa de carga portuária. Conta coisas horríveis, que ontem bateu na primeira ex-mulher com quem co-habita com o filho de 10 anos porque houve uma discussão gerada depois de ele querer levar uma televisão e DVD para a casa onde vou ficar. Eu quero ter minha vida independente, não prender nem estar preso a ninguém neste negócio de Hospitality Club. //
Acabei por ter de esperar até à meia-noite por que Leandro estivesse pronto no seu trabalho. Descansei no sofá do gabinete da direcção, que apresentava uma limpeza inegualável, sabendo que no banheiro ao lado uma barata se passeava no chão. Levaram-nos a casa, Leandro tinha vendido o carro para mobilar a casa do seu segundo casamento. A casa, diz, não era utilizava desde que ele terminara essa segunda relação. Podia ser bem verdade. Praticamente vazia, sofrendo da queda de esmalte do tecto, uma cama de 70cm de largo no quarto. Leandro dormiu no chão a meu lado. Janelas abertas pelo calor húmido insuportável.