18 julho – terça


Levantei às 10h. Estava cansadíssimo. Leandro tinha saído já às 7h30. O calor de 30 graus e a chuva fazem um ambiente muito pesado. Estou fora do centro, não sei a morada nem onde apanhar o ônibus, nem que ônibus apanhar. Gosto desses desafios. À entrada do prédio vejo cartas não entregues e copio o endereço comum a todas. Saio e direcciono-me onde há mais movimento desenhando um mapa. Na estrada principal paro um ônibus e pergunto se vai para o centro. Passeio, vejo a pequena cidade, pobre, lenta, o que é natural pelo clima que faz. Decido a viagem para Salvador de quinta para sexta, com 2 mudanças de avião em Fortaleza e Recife. Faz-me lembrar uma viagem de comboio há 5 anos atrás entre Genebra e Veneza, também durante a noite, também com várias mudanças de comboio. Leandro me perguntou quanto é que já vai a viagem e fiz hoje as contas. Cerca de 2800 Reais, cerca de 900?, 600? em avião no interior do Brasil. Não quero pensar no dinheiro, interessa é ser feliz. E estou a adorar a aventura.
Mas depois de 2 semanas intensas posso dizer-me cansado. Muitas mudanças, muita gente muito diferente que pede muita atenção pois são bastantes interessantes. O calor húmido, o dia todo de viagem ontem não ajudaram. Ver como passo os próximos dias. Estou certo que será melhor. O dia terminou com um concerto numa praça mais desenhada por Niemeyer (em todas as cidades que estive ele desenhou algo). Música maranhense simpática durante 90 minutos. Encontro Leandro depois e leva-me a um centro comercial onde costumava levar a segunda mulher. Blá, blá, blá. Fomos cedo para casa e começámos a falar línguas. Leandro aprendeu sozinho com “Teach yourself” e falando com marinheiros um bom inglês, francês, espanhol, italiano e diz saber ainda um pouco de chinês, japonês e está aprendendo russo. Impressionou-me.