Cerca das 8h chegámos ao quintal da companhia de autocarros. A senhora da véspera diz nos ter reservado os lugares 3 e 7, mas que se quisermos podemos ter os assentos 2 e 3. Em países onde se conduz mal nunca é seguro ter os lugares da frente, mas depois de ver que são os únicos bancos individuais, aceitamos e agradecemos. Assim não iremos apertados e eu só terei de partilhar o espaço à frente do meu lugar com as pernas de outra pessoa. Enquanto esperamos vamos comprar algo para a viagem. O monte de bagagens sobre o minibus de 35 lugares (21 lugares dos nossos standards) é suficientemente grande para esconder uma mota Nanfan que vai deitada. Depois de cobrir tudo com uma lona, metem ainda dois sacos com algumas galinhas vivas.
Partimos às 10:30. Pouco depois param-nos num controlo e monta a discussão porque não querem deixar passar a mota que vai no teto sob todas as malas para a qual faltam documentos. Passado uns 10 minutos o problema foi resolvido. Como? Não sabemos. Duas horas depois pausa para xixi à beira da estrada. Homens e crianças fazem logo ali. Mulheres vão uns metros mais longe e regressam com algumas manchas nas saias e vestidos. O autocarro cheira agora um pouco a. Duas horas depois os passageiros pedem 10 minutos de pausa para comer. Compramos um pouco de ananás e três pequenas espetadas de carne. A viagem continua. O condutor nunca respeita os comandos de parar nos controlos da segurança rodoviária. Parece não ser grave. Um suborno a menos a pagar. Às 18:30 chegamos a Kumbo.
Ao final de toda uma viagem em estrada asfaltada, esta cidade tem pó como nunca visto. Está quente e húmido. A mistura não é agradável. No hotel só queremos que tenha ar condicionado que funcione. Tem. Pedimos o comando e a empregada mais nova traduz o pedido à mais velha. A mais nova, simpática, traz o comando que só podemos usar no momento porque é o único que têm para todos os quartos. Decidimos por 23 graus. Com a baixa voltagem na região o aparelho sofre para dar algum ar. Tomamos banho de água fria e vamos procurar comida.
O restaurante que propõe o guia de viagem é apenas um bar com stands de comida à volta. Partilhamos a mesa com um jovem que se chama Ben e diz ser jogador de futebol na equipa local. Enquanto comemos o peixe e banana com as mãos, ele avisa que será o nosso guia no dia seguinte. Aceitamos o número de telefone para lhe enviar uma mensagem ao mesmo tempo que pensamos como vamos escapar ao tipo. Durante o resto da refeição ignoramos-lhe e passado um tempo vai ele embora. Nós terminamos a cerveja e o sumo e também voltamos para o hotel.