12 julho – quarta


Neste segundo dia no Rio levei a ‘Barbara’, a bicicleta da José. Armado com capacete, luvas, bidon de água tinha ideia de visitar o bairro da Urca e fazer toda a ciclovia até Copacabana e Ipanema.

Desci ao centro, subi o banco da bicicleta numa loja e fui até ao museu de arte moderna às 12h. Tinha uma interessante exposição de fotografia do Brasil nos anos 50, várias festas em 5 estados diferentes. Pedalei ao longo da costa até à Urca e almocei no ‘Garota da Urca’, uma cadeia de restaurantes no Rio com boa qualidade/preço (almoçar bem por menos de 4 euros é isso). Acompanhei com uma caipirinha (prova) que me deixou bem alegre e sem consciência para o resto da tarde.

Encontrei um caminho lateral ao morro do Pão de Açúcar (http://www.copacabana.tur.br/pontosturisticos/paodeacucar.htm) com uns vestígios de uma floresta húmida, passando até por lianas. No final do caminho de 30 minutos havia uma placa “Caminho com risco de morte, passar apenas com guia experiente”. E lá fui eu ver o que eles queriam dizer com aquilo.Depois de uma primeira parte relativamente fácil com sapados com boa aderência, comecei a ter de trepar por uma rocha com uma inclinação considerável e olhando para baixo não havia que o mar uns 200 metros mais longe para acolher uma escorregadela. Pouco mais á frente vejo em simultâneo uma placa “necessário material de escalada a partir deste ponto” e um grupo de pessoas 10 metros mais acima. Ao me verem dizem para subir com eles. Aceito. Subo os 10 metros que me faltam para chegar a eles sem segurança e aí com corda a fazer segurança subo mais 10 metros que apresentavam alguma dificuldade. Era um grupo de amigos de Porto Alegre, em que um casal estava a viver no Rio e os restantes tinham vindo visitar. Pessoas que trabalham com circo, música, vídeo. (prova) Dois deles marcaram-me: um porque tinha regressado de Genebra sensivelmente na mesma altura que eu; tinha ido para a Suíça quatro meses tocar acordeão com o objectivo de regressar e comprar uma van para, com três outros amigos, ir fazer um circuito pelo Brasil apresentando um espetáculo de circo e música; partiu com a primeira de oito prestações da viagem pagas; e trouxe dinheiro para comprar a van; trabalhava 6 horas por dia na rua; primeiro em Zurique, depois em Lausanne e finamente em Genebra, onde viveu num squat a 100 metros de minha casa. Outra foi a Renata: com um sotaque gaúcho lindo e um olha especial para além de uma calma jovial e tranquilizadora. Falámos bastante e trocámos bastantes olhares e na minha memória não sai aquela pronúncia do Sul – “tu vai connosco…”.
Como não tínhamos bilhete de teleférico só poderíamos descer depois da 19:00, quando aceitavam que os que viéram pelo ‘trilho’ pudessem descer sem pagar. Ao chegarmos abaixo, caminhamos e gritamos em unissono o nascer da lua no horizonte, amarela e grande, ao fundo do mar. Uma lua bem cheia que nos obrigou a sentar para apreciar melhor aquelo mágico momento. Voltei para casa de noite, com medo do Rio, em bicicleta, não sem antes trocar de telefone com o grupo para os reencontrar. Ao chegar a casa não queriam acreditar, não conheciam o trilho. Havia pizza e caipirinha para o jantar. Óptimo. E fui ter com o grupo da escalada. Comprei duas cervejas (de 600ml) num bar no caminho que colocaram num saco de plástico tão fino que nem 100 metros de bicleta aguentou antes de rebentar uma asa. Tive de fazer metade do percurso a pé para bem do líquido. Depois de terem instalado um computador com windows e termos bebido as cervejas fomos até um bar, o mesmo onde eu tinha comprado as cervejas. Um inimagínavel conversa tívemos aí: eu, os dois amigos mais especiais (prova), um polícia, um cliente e o empregado do bar. O polícia contava que os ‘pratrícios’ tinham trazido para o Brasil o que não queriam, seja: putas, malucos e presos (prova). Ficámos uma hora ou mais aí, até às 2.30 quando o empregado teve de fechar o bar e fomos para outro. Aí continuamos numa conversa já mais calma até às 4. O para terminar a noite nada melhor que encontrar uma louca pedrada bavardando imenso. Regresso de bicicleta e dormir.

A base do texto foi feita em inglês com os seguintes pontos:
– Idea to go cycle to Urca, Ipanema, Copacabana
– Modern Art Museum at 12
– Lunch at Urca in “Garota de Urca” with caipirinha
– Walk near ‘Pão de Açúcar’. Decide to pass a sign saying “with a guide only, danger of death”
– Meet people (2 guys, 3 girls) from Porto Alegre, from circus, photo, film, music areas climbing, just after a sign saying ‘gear needed’.
– Climb with them. Way down for free only from 19h
– See the (full) moon rise on the see
– Gustavo (my host) did not know about the trail
– Dinner was pizza and caipirinha
– Meet people from Porto Alegre, took 2 beers in a bad bag that was not surviving my way by bike
– They were installing ‘windows’ in a PC and then we went to a bar
– a police man talking until 2.30am about ‘patricios’ (portuguese) bringing the crazy, bitches and prisioners to Brazil
– another bar until 4am. On the way back a crazy black and druged women talking a lot.
– sleep