Daily Archives: January 4, 2011


Saímos do hotel com esperança que Ben não esteja à nossa espera. Compra-mos algo para comer e apanhamos um táxi para perto do Lago Oku. Caminhamos os últimos dois quilómetros e, enquanto umas senhoras lavam roupa, um jovem diz ser o guia e que temos de pagar a entrada no lago. E se quisermos podemos ir de barco até uma vila do outro lado. Digo que é caro, responde que podemos discutir o preço. Ou andar – só custa 2000F. Que não podemos ir sozinhos. Diz que o lago data do tempo dos tetra-avós, mas não sabe a história do dito. Resignamos-nos a aceitar andar um pouco com ele. O lago é especialmente bonito para África. A transparência da água deixa ver o lixo que deitam para dentro.

Ao ir embora outro senhor diz ser ele o responsável e a ele que temos de pagar a “entrada”. Dizemos já ter pago a outro. Ele quer que mostremos quem é. De regresso junto ao lago uma cabeça desaparece sob a água. Pela roupa sobre uma pedra, dizemos ter sido o mergulhador o guia. O senhor pergunta se ele era preto. Perplexos com a pergunta dizemos que nós somos os únicos brancos ali. Ele grita pelo outro e diz-lhe para ele devolver o dinheiro. Nós dizemos que vamos embora. Um e outro continuam a discutir.

Na estação de autocarro de Kumba levam o nosso táxi para junto de uma das companhias. Acabamos por comprar o bilhete para Limbé e metem-nos nos lugares da frente da HiAce a cair aos bocados. Quando finalmente temos 20 pessoas na parte de trás partimos. Para ligar o carro alguém o empurra para trás e o condutor vira a chave. Passado pouco tempo paramos porque parece que as malas estão mal seguras em cima. Um pouco depois um controlo policial ocupa-nos mais cinco minutos. Depois trocamos alguns passageiros. Vamos parando e partindo todos os cinco minutos. A HiAce não tem terceira mudança e conduz sempre no centro da estrada. A certa altura duas bagagens caem do teto e tem de dar meia volta para as ir pescar. Tinham passado três horas quando chegamos a Limbé, a menos de 100km de Kumba.

Os taxistas perguntam quanto damos para que nos levem ao hotel. Vamos comprar água e perguntar na loja como ir e quanto custa normalmente o táxi até ao hotel. É sempre a melhor tática. Dois táxis depois chegamos ao hotel, um dos melhores dos Camarões. Tem ar condicionado (velho, de caixa) e água quente no chuveiro molha tudo. Inclui pequeno-almoço!

Tomamos banho de mar na praia de areia preta e depois numa piscina natural com água de uma nascente. Sentimos-nos mais limpos. Investigamos o restaurante de um outro hotel visto o nosso ter preços exorbitantes, aproveitando-se da distância à terra mais próxima. Jantamos na mesma no nosso hotel, pagando tanto como duas noites em outros dos hotéis em que dormimos.